segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Que é Fusão a Frio ?

Como dito no post anterior não se trata propriamente de fusão mas de uma reação nuclear que ocorre com baixa energia chamado agora LENR, fenômeno que tem sido observado nos últimos 22 anos em dezenas de experimentos e trabalhos científicos mas que até agora não foi convenientemente explicado pelos físicos. Para se ter uma idéia, uma pilha alcalina pode gerar 164 watts durante uma hora para cada kilo de sua massa (Wh/kg), a queima da gasolina 11.500 (70 vezes mais energia por kilo de combustível do que uma pilha) e a LENR 57.000.000, ou seja, a reação produz 5.000 vezes mais energia por kilo do que a queima da gasolina !!!

Os experimentos tem sido quase todos feitos através da eletrólise da água pesada, que é um isótopo natural presente na água comum na milésima parte e que tem um átomo de hidrogênio na molécula com um nêutron no núcleo, além do próton. A eletrólise é feita com terminais de platina produzindo, sob determinadas circunstâncias, mais energia do que a fornecida, porém com uma eficiência muito baixa. É um fato sabido há muito tempo, e utilizado em alguns catalisadores (substâncias que aumentam a velocidade de uma reação química), que os átomos de hidrogênio são capazes de penetrar na estrutura cristalina formada pelas moléculas de platina, níquel, ou mesmo de aço inoxidável. Essa aproximação, no entanto, pela física que conhecemos, não é capaz de aproximar dois núcleos o suficiente para romper a repulsão elétrica entre os prótons (que tem cargas positivas) vencendo a chamada "barreira de Coulomb".

Os pesquisadores da Universidade de Bologna, na Itália, no entanto, optaram por uma linha de pesquisa diferente, eles utilizaram níquel em pó pressurizado com hidrogênio e aumentaram a temperatura até obter resultados não explicados pela física convencional. Passaram então a experimentar catalisadores até encontrar um resultado capaz de produzir muito mais energia do que a utilizada para o aquecimento inicial, e o sistema passou então a se manter por si, produzindo calor, cerca de 10 kW, por muitos meses, e transmutando o níquel utilizado em um isótopo de cobre, indicando a ocorrência de uma reação nuclear de baixa energia muito diferente de uma reação de fusão nuclear clássica, que requer alguns milhões de graus Celsius para ocorrer. Isto foi anunciado ao mundo neste ano, no dia 14 de janeiro.

Agora, Andrea Rossi e o professor Focardi anunciam um protótipo capaz de gerar 1 MW de energia e que será mostrado ao mundo no final de outubro para um grupo de cientistas e, conforme tem declarado, será disponibilizado através do You Tube.

Pessoalmente, eu espero esta solução há 22 anos, como a melhor promessa para impedir a concentração de gás carbônico no ar, que está destruindo os fitoplanctons marinhos que produzem oxigênio e deter o efeito estufa que está destruindo a camada de gelo nos pólos e liberando metano aprisionado, acelerando ainda mais o efeito estufa. Os processos industriais se tornarão muito mais baratos e outros como como a conservação de peixes, que o Brasil é extremamente rico e a despoluição da água ou mesmo sua dessalinização lembrando também que o Brasil é o sexto maior produtor de níquel do mundo. Por outro lado, a aposta que temos investido, o pré-sal, será que permanecerá viável nos próximos 10 anos ?

Vamos ver, assistir e torçer.

http://www.fusaoafrio.com/

http://caioaugustocarvalho.wordpress.com/2011/06/15/cold-fusion-why-it-is-difficult-to-believe/

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