Relacionamos abaixo as principais evidências de que está ocorrendo um aquecimento na Terra com o intiuto de alertar a cada pessoa quanto à sua responsabilidade para que as futuras gerações possam ter direito a existir e, principalmente, viver com alegria e qualidade de vida.
O primeiro passo é saber o que está ocorrendo, o segundo é se informar o melhor possível, o terceiro é tomar atitudes que favoreçam o meio ambiente, como plantar uma árvore ou conservar as que existem, separar o lixo e incentivar a coleta seletiva, lutar pelo crescimento da vegetação na sua cidade e pela preservação das espécies, comprar produtos biodegradáveis e de empresas comprometidas com o meio ambiente, votar no partido verde ou em políticos com uma proposta ambiental bem definida, contribuir para o WWF, Greenpeace ou apoiar instituições que valorizem o meio ambiente, e muitas outras atitudes que você poderá descobrir para tentar salvar o planeta.
Veja abaixo :
Calor recorde
Diversas estações de medição no mundo, como o IAG - USP estão registrando um aumento progressivo e intenso de temperaturas desde 1930. Combinando os dados destas diversas estações, medindo-se a temperatura dos pólos e dos mares já se sabe que há uma tendência mundial de aumento de temperatura. As temperaturas máximas vão gerando progressivamente recordes de temperatura em todo o mundo.
Efeito Estufa
A energia solar chega à Terra na forma de luz visível e atravessa a atmosfera. Quando ela atinge o solo, este esquenta e devolve o calor na forma de radiação ultravioleta. Os gases do efeito estufa são transparentes à luz visível, mas não à ultravioleta, e por isso mantêm parte do calor na Terra. O gás carbônico, óxido de nitrogênio e o metano são gases estufa e estão aumentando intensamente, ano após ano, na atmosfera. Ninguém sabe quanto de carbono estaremos emitindo daqui a 50 anos. Analisando várias estimativas, Stephen Pacala e Robert Socolow, ambos da Universidade Princeton, EUA, concluíram que o crescimento da economia elevará as emissões do planeta à desastrosa quantidade de 14 bilhões de toneladas métricas por ano.
Vapor de água
Um planeta mais aquecido estimula a evaporação da água. Só que o vapor também contribui para o efeito estufa e, ao se espalhar pela atmosfera, aumenta ainda mais o calor. Isso causa mais evaporação, que coloca mais vapor na atmosfera, gerando um círculo vicioso.
Reflexo no Gelo
O gelo é como um espelho que reflete mais de 80% da energia solar que incide nele. Quando o calor o derrete, a área passa a ser ocupada por água, que reflete menos de 10% da luz solar. Isso significa que a região tende a esquentar ainda mais – e, com isso, derreter mais gelo.
Absorção de CO2
Oceanos são os principais responsáveis por tirar gás carbônico da atmosfera. Mas existe um limite para a quantidade que podem absorver – e quanto mais quente, mais perto de atingi-lo. Se isso acontecer, a temperatura do planeta subiria rapidamente.
Gases escondidos
Existem grandes quantidades de matéria orgânica presa em pedaços de gelo muito antigos. Ao derreter, ela fica sujeita à ação de bactérias que a transformam em metano, um poderoso gás do efeito estufa. O calor também estimula que bactérias no solo emitam gás carbônico.
Aerossóis
São partículas sólidas em suspensão, como areia, pólen e fumaça. Muitos aglutinam moléculas de água e formam nuvens densas, que refletem a luz do Sol de volta para o espaço, o que esfria o planeta. Controlar a emissão desses poluentes, que é necessário para a saúde pública, pode acabar esquentando ainda mais o planeta.
Mar em Ascensão
A previsão é de que os oceanos subam entre 9 e 88 centímetros no próximo século. Vai ser suficiente para que a população inteira de países em pequenos arquipélagos como Tuvalu e as Ilhas Marshall tenham de migrar para outros lugares.
Degelo
Quando uma geleira começa a derreter, é difícil fazê-la parar. Ela forma rachaduras que levam água até o fundo e lubrificam o contato com a rocha, fazendo com que o gelo escorregue mais rapidamente.
Icebergs
A água e os blocos de gelo que as geleiras lançam ao mar contribuem para aumentar o nível dos oceanos. Esse processo se acelera quando as grandes placas de gelo que estão na base se desprendem.
Dilatação
O principal fator para o aumento do nível dos oceanos é que eles estão esquentando – cerca de meio grau nos últimos 60 anos. Como qualquer coisa que esquenta, a água se dilata, expandindo o mar.
Invasões marinhas
Um mar mais alto invade praias e cidades, mas isso é só o começo. A elevação causa uma erosão das áreas costeiras, leva água salgada aos aqüíferos e causa sede, além de obrigar populações inteiras a se mudar.
Austrália seca
Correntes úmidas vindas do oceano Pacífico costumavam cair sobre a Austrália e irrigar plantações. Mas, nos últimos 30 anos, ventos na região se aceleraram e agora as chuvas caem mais adiante, no meio do mar.
Ciclones até aqui
O aquecimento global pode ter esquentado as águas do Atlântico Sul a ponto de permitir que elas formem furacões. Em todo o mundo, a velocidade e a duração desses fenômenos aumentou 50% nos últimos 50 anos.
Europa fria
O aquecimento enfraquece uma corrente de água quente do Atlântico que segue em direção à Europa. Se ela parar completamente, em apenas 6 anos grande parte da Europa sofrerá invernos de 20 oC negativos.
Secas e Enchentes
Dois dos maiores problemas. Além de trazer sede e fome, as secas podem levar pessoas e até países a conflitos pela água que resta. Já as enchentes estão entre as maiores causas de prejuízos por catástrofes naturais no planeta.
Falta de água
Quanto mais quente o clima, mais as plantas transpiram e mais a água presente no chão evapora. Dessa forma, as áreas afetadas por secas severas dobraram nos últimos 30 anos e já representam um terço do planeta.
Raios
A capacidade do ar de absorver água cresce junto com o calor e massas de ar mais úmidas formam mais raios. Um estudo sugeriu que 1 oC de aumento na temperatura eleva em 40% a quantidade de raios em latitudes iguais às da Europa e EUA. O INPE tem estudos que já correlacionam a incidência de raios com o aquecimento global.
Inundações
Uma hora, toda essa água acumulada nas nuvens tem de cair. Em um só dia, é possível ter a mesma quantidade de chuva de um mês inteiro. A tendência ao aumento de inundações têm sido observada em todos os continentes.
Extinções
Até 37% das espécies do planeta estarão extintas até 2050 – e esta é uma estimativa otimista. ela não leva em conta a interação do clima com fatores como o desmatamento e barreiras para a migração, como estradas, cidades e plantações.
Ártico
Presos pelo gelo que se derrete os animais não têm para onde migrar em busca de frio. A previsão era de que até 2070 a região não teria mais neve no verão, mas depois de 4 anos de degelos recordes, acredita-se que o gelo acabará bem antes.
Corais
A base da alimentação dos corais é uma alga colorida que morre com uma pequena elevação na temperatura. Quando isso acontece, a área se torna branca e sem vida. Com esse efeito, o El Niño de 1998 exterminou um sexto dos corais do planeta.
Florestas
O aquecimento retira água do solo e faz as plantas transpirarem mais, o que aumenta nelas a necessidade de água. A partir de um ponto, a floresta deixa de se adaptar ao ambiente e entra em colapso.
Pode parecer estranho, mas é mais fácil prever o clima no planeta inteiro do que em um só país. Para isso, é preciso não só saber os fatores que influenciam todo o mundo como calcular a interação deles com montanhas, florestas e cidades. Os cientistas já sabem que, na pior das hipóteses, a temperatura na América do Sul subirá entre 2 e 6 oC – limitar as emissõs de gases reduz o problema para entre 1 e 4 oC. A maior complicação é calcular como esse calor vai interferir no regime de chuvas no Brasil: cada programa de computador dá um resultado diferentes do outro. Mas tirando uma média entre as diferentes previsões, os cientistas conseguem ter uma idéia razoável de como ficarão o clima e os ecossistemas por aqui. "A tendência é que uma vegetação substitua a outra: floresta vira cerrado, cerrado vira caatinga e caatinga vira semi-deserto", diz Carlos Nobre, do CPTEC.
Savana Amazônica
O aquecimento global e o desmatamento na Amazônia tendem a tornar o clima da região mais quente e seco. Isso levará a uma vegetação típica do cerrado, com vegetação adaptada a períodos sem chuvas e a muitos incêndios. As florestas sobrevivem apenas no extremo oeste.
Sem cerrado
Um estudo realizado no Centro Hadley, na Inglaterra, analisou 138 espécies de árvores do cerrado e concluiu que as mudanças climáticas podem levar 24% delas à extinção até 2050. Muitas regiões podem ganhar características semelhantes às da caatinga.
Deslizamentos
Com mais vapor na atmosfera, a população sofrerá ainda mais com enchentes, inundações e deslizamentos, principalmente nas serras do Mar e da Mantiqueira. O problema fará mais vítimas, no entanto, em centros urbanos como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Salvador.
Plantações
Um possível aumento de 5,8 oC acabaria com as plantações de café de Goiás e com 97% das de São Paulo e Minas Gerais. "O clima do sudeste pode se tornar igual ao da Bahia, o que obrigaria à plantação de culturas como coqueiros e caju na região", diz Hilton Silveira Pinto, da Unicamp.
Semi-desertos
Os cenários até prevêem uma elevação das chuvas, mas isso pouco importa. O calor vai aumentar tanto a evaporação que lagos e açudes se tornarão ainda mais secos. A vegetação da caatinga ficará mais pobre, algumas áreas se tornarão semi-desertos e a agricultura será ainda mais difícil.
Invasão marinha
O aumento do nível do mar atacará especialmente o Nordeste, onde as praias são pouco inclinadas e afundam suavemente. "Quando o mar se eleva, a erosão nesse tipo de costa é muito maior", diz o oceanógrafo Dieter Muehe, da UFRJ. Recifes e falésias protegerão alguns lugares.
Mudanças na Vegetação
El Niños mais intensos aumentarão as chuvas no sul do Brasil. Com mais calor e umidade, a região ganhará uma vegetação parecida com a da Mata Atlântica, um pouco mais pobre por conta da diferença de solo. Já as típicas araucárias resistirão, quando muito, só nas partes mais altas e frias.
Furacões
Em março de 2004, o furacão Catarina atingiu a costa da Região Sul com ventos de 150 km/h. Foi inédito na região. É possível que seja fruto do aquecimento – e apenas o primeiro de muitos. Se comprovado, as construções na região precisarão ser reforçadas daqui em diante.
Conclusão
Se fosse só pelo efeito estufa, dobrar a concentração de gases aumentaria a temperatura do planeta em 1,2 oC. Somando os outros efeitos, os cientistas acreditam que a mesma quantidade de gás aumentará a temperatura da Terra entre 1,5 oC e 4,5 oC.
Esta matéria foi extraída e adaptada da revista Superinteressante de outubro de 2005